segunda-feira, 22 de março de 2010

CRIPTORQUIDIA


A criptorquidia deve ser considerada uma doença e não uma anomalia congênita sendo que está entre as mais comuns nos meninos. A palavra criptorquia tem origem grega (Krypte = oculto e orch = testículo) e o termo criptorquidia se refere a qualquer testículo que ocupa posição extra-escrotal, acrescenta também que o testículo oculto é também pequeno (orchidon = testículo pequeno). Sendo assim, a patologia envolve a falha da decida de uma ou de ambas as gônadas e epidídimo para bolsas testiculares.
Experimentos mostram que a descida testicular é influenciada pela ação hormonal; nos meninos com distúrbios na produção de gonadotrofinas (LH-RH, LH, FSH) ou na síntese dos andrógenos (testosterona), os testículos comumente são criptoquídicos (síndrome de Kallmann, Prader-Willi, Noonan, Prune Belly, entre outras). Existe diferença de dois a três graus de temperatura entre o escroto e abdome, sendo necessária à descida testicular até a bolsa para que o esperma seja fértil; os dois maiores problemas relacionados à não descida são infertilidade e risco aumentado de seminoma in situ. (GIRON, A. M.)
Normalmente o testículo é visível e palpável na base da bolsa escrotal, na posição supina ou deitada, sem qualquer manobra; fora isso, o testículo é criptorquídico.
Os testículos não-palpáveis podem ser avaliados com vários exames de imagem: ultra-sonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, arteriografia ou venografia; entretanto, esses métodos são imprecisos e o único meio propedêutico de localizar e diagnosticar o testículo não-palpável é a laparoscopia.

“O método permite a localização do testículo e, quando este está ausente, evita grandes incisões e dissecções à sua procura. A visualização dos vasos espermáticos e canal deferente entrando no anel inguinal interno, por si, direciona o nível da incisão cirúrgica.
Na suposição de que ambos os testículos não são palpáveis, deve ser feito diagnóstico diferencial entre criptorquidia bilateral intra-abdominal e anorquia. Utiliza-se o teste com HCG (Profasi, Pregnyl); inicialmente LH, FSH e testosterona são dosados no sangue e depois administra-se 1.000 U de HCG intramuscular a cada quatro dias, num total de 4.000 U; as dosagens hormonais são repetidas e a resposta positiva ao estímulo hormonal indica a presença de testículos. Caso contrário, quando a testosterona não se altera, indicando ausência de testículo, a cirurgia é desnecessária.”


GIRON, A. M. Criptorquidia. Guia Prático de Urologia. Cap. 6. p. 357-359. Disponível em: http://www.aefml.pt/

Postado por: Sabrina Ellen e Pedro Gustavo (Biomedicina 221.5)

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