A duplicação uretral (DU) é uma anomalia congênita de ocorrência rara, cuja descrição inicial coube a Aristóteles;tendo cerca de 200 casos descritos na literatura médica. A apresentação clínica tem características próprias conforme o tipo de variação anatômica presente. É mais comum em homens e o diagnóstico é feito geralmente durante a infância. A DU pode ser completa ou parcial, sendo observada freqüentemente no plano sagital com uma uretra dorsal e outra ventral. Algumas formas de duplicação uretral acompanham-se de outras mal-formações como, por exemplo, a extrofia vesical, a hipospádia ou epispádia e a criptorquidia. A variante dorsal é freqüentemente a menos funcional e, quando funcional, está associada à incontinência urinária. Diversas teorias tentam explicar o aparecimento da DU, entretanto, uma única teoria seria incapaz de justificar os diferentes tipos morfológicos com que esta mal-formação se apresenta.
De acordo com a classificação proposta por Effmann et al e utilizada por Salle et al 2, a DU pode ser:
Tipo I – DU incompleta em fundo cego ou uretra acessória;
--O Tipo IA, mais comum, caracteriza-se por uretra acessória que se abre em situação ventral ou dorsal no pênis mas não tem comunicação com a uretra ou a bexiga;
--O Tipo IB é de localização proximal e pode ser difícil diferenciá-lo de um divertículo uretralou de um ducto de Cowper, na qual a uretra acessória abre-se a partir da uretra e termina em fundo cego no tecido periuretral.
O Tipo II representa duplicação uretral completa e patente.
--O Tipo II-A1 caracteriza os casos de uretra não comunicantes de origem independente na bexiga.
-- Tipo II-A2, ou seja, DU completa no qual o segundo canal tem origem na uretra ventral, percorre de forma independente trajeto dorsal a esta e abre-se num segundo meato, no caso em discussão, um meato epispádico.
--O Tipo II-B representa as situações em que duas uretrastêm origem vesical e fundem-se distalmente terminando emum único meato.
Finalmente o Tipo III, no qual a duplicação uretral faz parte da duplicação caudal parcial ou completa.
O significado clínico da DU é variável, de forma que pacientes com DU completa podem ser assintomáticos ou apresentar jato urinário duplo, incontinência urinária, infecção urinária de repetição ou obstrução à micção. Destes, a queixa mais comum é a do jato duplo.
Podesta et al acreditam que a uretrocistografia é importante para o diagnóstico, no entanto, reservam seu emprego para os casos em que a cistouretrografia miccional não é capaz de demonstrar a uretra acessória hipoplásica. A uretrocistoscopia pode ser empregada para confirmar o diagnóstico radiológico. O estudo do aparelho urinário alto deve ser feito preferentemente pela ultra-sonografia com a finalidade de identificar outras mal-formações. A urografia excretora ficaria reservada para os casos de duplicação uretral associada à duplicação vesical, com objetivo de melhor avaliar o trajeto dos ureteres. Os pacientes assintomáticos, de forma consensual, não necessitam de tratamento, ficando este restrito aos sintomáticosou para aqueles com problemas estéticos significativos como, por exemplo, o meato de localização epispádica.
Referência Bibliográfica:
http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v33n5/v33n5a10.pdf
Composição da trinca:
Por Amanda Kelly, Ana Cristina e Sâmia Sousa.
segunda-feira, 1 de março de 2010
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